FARRAPO
Não há mais nada a fazer,
apenas continuar aqui sentado
olhando o horizonte,
a cada dia ele
parece bem mais distante.
Não é mais preciso chorar ou esperar,
percebi que o choro é tolo
e a espera é inútil,
os olhos de além do horizonte
não me enxergam.
Só a morte me olha, sem pressa,
meus lábios racharam e sangram,
meus ossos furam a minha pele,
e as moscas se alimentam
nas minhas feridas.
A tristeza maior, é o meu filho,
esta aqui ao meu lado... morto...
e esses ossos que eu
chamava de braços,
não tem forças para enterra-lo.