BLOCOS DE GÊLO
Entre estrelas perdidas
pela avenida - eu vou,
são sêres - blocos de gêlo,
que eu me pergunto se sou,
será que sou como eles também?
Fadas desacreditadas,
duendes e bruxas - eu vou,
sorrindo deles que vivem,
um sonho que já acabou,
será que sou como eles também?
Réstias de idéias banais,
sem ideais - eu vou,
esbarrando em gente apagada,
sêres de um mundo que desmoronou,
será que sou como eles também?
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Talvez eu esteja no caminho errado,
dividido entre o bom e o pecado,
porém,
o que é certo é que eu quero subir
ao topo da montanha, sem cair.
Sou louco, procuro estrelas ao meio dia,
vejo crianças brincando na lua vazia,
no lugar de carros entupindo a rua
eu vejo jasmim,
no piche quente do asfalto
eu planto o meu jardim.
Dizem que sou poeta,
onde foi que errei,
como sabem o que sou,
se nem eu mesmo sei.