Ilhar-me...
Ah, este meu doido coração!
Sempre que estou na terra firme da realidade,
Me lança, escravo-remador da galera da ilusão,
Nas águas revoltas da paixão-tempestade...
Por isso, já ainda derramo rios de versos
Dos meus olhos inundados de emoção
E que correm para inevitável oceano, dispersos...
Mas, talvez seja olímpico tal coração
E persiga tão tenazmente o seu alvo
Que, no meio de movediços tormentos,
Um dia poderei ficar a salvo
Numa ilha de braços macios e quentes!