Crianças do Riacho Doce!

O riacho

serpenteava

o cerrado...

passando levemente

pelos sitios, fazendas,

barracos dos ribeirinhos

e pescadores...

A jacaré, o Biguá,

os peixes menores,

os patos selvagens,

as lontras e outros

sêres deixavam o grande

rio e vinham brincar,

vinham viver um pouco

no riacho de água doce

e transparente,

Vinha até a serpente...

Na parte mais larga

o riacho doce formava

uma bela piscina natural

muito legal...

Ali as meninas e meninos-caboclos

vinham brincar, correr, pular

e nadar...

Um belo cenário

melhor que qualquer balneário...

Ali as crianças nadavam

e se esbaldavam...

Sob o olhar das mães e dos pais!

E ...na tardinha ouviam

as estórias...

Do Currupira, do Sací

do menino d'agua,

da Sereia de água doce,

conhecida como mãe d'agua...

Cabeluda que só vendo,

Nas tardes ensolaradas

brincava as margens do rio,

seus longos cabelos ia tecendo...

Os meninos e as meninas

de olhos estatalados! prestavam atenção

na estória da cabocla-mãe

e também nos contos e piadas

do pai-pescador...

Os mais velhos

esperavam atentos

e apressados...

A Estória do Bôto côr de rosa,

um peixão assanhado, namorador

que só ele mesmo...

bom de conversa! Bom de prosa...

Falava em festa

aniversário, casamento

o peixe ficava todo assanhado,

em um pulo estava encantado...

Virava um moço-bonito,

todo mauricinho,

e vinha atrás das moças

de fininho...

Como se fosse gente o danado,

êta peixe safado...

E Assim passavam

os dias

próximos ao riacho doce,

lá pras bandas do cerrado,

bem perto do grande rio

do Pantanal...

Cuidado com o pé de garrafa!

Era uma vez...

Manoel Vitorio
Enviado por Manoel Vitorio em 15/11/2008
Código do texto: T1285093