ESPAÇO SIDERAL

Minh’alma é feita do soturno medo,

Do doloroso anseio da solidão noturna

Que rompem do âmago de gelada furna

Onde a Vida pôs seu principal segredo.

Ali, oculto entre a penha bruta,

O sentido exato das coisas sentidas

Recolhe-se à salvo das razões perdidas

E põe-se inatingível à humana luta.

No credo, na esperança, no covil maldito

Do místico mistério que há no Infinito,

A Sorte cria a lenda da Felicidade.

Ali, na negra cova do porvir medonho,

Jaz minh’alma feita de silêncio e sonho,

Sem Tempo, sem Razão e sós na Eternidade.

mreno
Enviado por mreno em 24/04/2005
Código do texto: T12848