Castigos noturnos
A noite instigante persiste,
aumentando todas as dores,
sacramentando o dia para uns,
iniciando a labuta para outros.
A lua vermelha no céu,
sangra a dor dos esfomeados.
A densa neblina que cai,
angustia os sem-tetos
Preso num mundo não seu,
um homem corre sem direção.
Não sabe o que fazer.
Como pode ele se libertar?
Com as esperanças se acabando,
muitos fogem da realidade
livram-se de alguns males
para no outro dia retoma-los.
As crianças pobres sonhando,
ingênuos, distorcem o real.
Nas suas brincadeiras infantis
são reis, príncipes e ricos.
A noite ainda continua,
ela que é a alegria do poeta
é quando este expõe suas idéias.
Mas é sua tristeza também
A noite é a tristeza do poeta
por ser seu momento de reflexão
é quando ele vê que não luta
e se luta, nada consegui mudar
Até os ricos sofrem com a noite.
É o período em que estão sós.
Sentem-se sozinhos, sem amigos.
Amigos fieis, de verdade mesmo.
Ela castiga a todos, sem exceção.
Suas marcas são profundas
e muitos não resistem,
entregam-se aos seus poderes
Tunyn 58 Freitas. Antônio de Freitas 22 de julho de 2008.