Amor e Nostalgia
Caminho entre os lírios
Que grandes campos ao meu redor formam
Meus olhos de dois rios
As nascentes mais puras se tornam
Isso sempre acontece
Quando vejo o tempo que deixei correr
E no meu subconsciente
Sinto vontade de morrer
Cantos e campos
Têm mais que uma diferença
Contos e cantos
Também só mantêm as aparências
Estou à sós com a solidão
Nem vem vadio
O amor trancou o portão
Depois que saiu
Que curiosa é a vida
Que se irrita na microfonia
Depois viaja de enxerida
Na guitarra que grita
E onde vou parar?
Nessa louca viagem
Da desgraça de amar
Da surreal, real miragem
E no espelho das águas
Distante, triste vejo
As raízes dessa barba
Cravadas no meu queixo...
Do sertão às metrópoles
Das taperas às mansões
Das quitandas ao shopping
Conheci inúmeras intenções
E agora entre os lírios
Sou a nascente desses dois rios
Que escorrem sobre os meus papiros
E banham meus delírios
Vou esquecer que eu existo
E de uma maneira triste
Esquecer-me desse vício
Que a tristeza existe
Não passo de um menestrel
E a linha da minha vida
Enrolo no carretel
Da alma amadurecida
Um trovador cavernoso
Com espada e alforje no peito
Gritando ao avesso do povo
Que o mundo ainda tem jeito
Dois rios, lágrimas, amor; beba... VIVA!!!