A TROPA.
Da ladeira da penha
No calçamento gasto
Roído de séculos,
Finda o dia penoso.
No meio da ladeira
Maninha tropeça, cai.
Tenório cresce pra cima dela
Na raiva descontrolada
Na cruel chicotada.
Ela se ergue
Nos joelhos esfolados
Sem uma queixa
O vaqueiro espia a volta
Ninguém reparou,
Ninguém viu.
A noite já é quase
Escuridão
Tudo encobre.
Mas, Nossa Senhora da Penha.
Estava ali,
Bem que ela viu,
Para maninha sorriu
-Não ligue, filha.
(D’Eu)