A TROPA.

Da ladeira da penha

No calçamento gasto

Roído de séculos,

Finda o dia penoso.

No meio da ladeira

Maninha tropeça, cai.

Tenório cresce pra cima dela

Na raiva descontrolada

Na cruel chicotada.

Ela se ergue

Nos joelhos esfolados

Sem uma queixa

O vaqueiro espia a volta

Ninguém reparou,

Ninguém viu.

A noite já é quase

Escuridão

Tudo encobre.

Mas, Nossa Senhora da Penha.

Estava ali,

Bem que ela viu,

Para maninha sorriu

-Não ligue, filha.

(D’Eu)

Sidnei Levy
Enviado por Sidnei Levy em 24/04/2005
Código do texto: T12830