PORTAS
São tantas as portas da vida,
e atrás delas são tantas as coisas
que ficam escondidas.
Há as portas da maternidade,
onde ansiosa a mãe adentra
e sai feliz com o filho nos braços.
Há também as portas do palácio,
onde o rei e a rainha gargalham,
sentados na miséria do povo.
As portas que se fecham no rosto,
e onde sobre o desgosto
o velho passa por novo.
Miséria maior, as portas da cadeia,
fecham-se hoje atrás do preso,
abrem-se amanhã,
e o réu sai livre e ileso.
Abre porta, fecha porta,
e vamos nós...
até que a vida desvende o mistério.
depois de abrirmos
as várias portas do mundo,
fecharemos atrás de nós,
as portas do cemitério.