A rainha Beruthiel - uma poesia tolkien based
Altiva e solitária dama de pele de alabastro,
De olhos frios e cabelos beijados pelo sol,
Vestida em preto e prata,
Dona de um coração de sal.
Ao falarem dela, todos lembravam do mal,
Do orgulho e de seu ar de enfado.
Nove gatos negros rodeiam seus pés,
Um branco em seu colo, que os nove vive a vigiar.
Espiam e agem como seus olhos e ouvidos,
Revelando segredos que muitos querem guardar.
Mal sabem que o futuro incerto
A beleza fria de Berúthiel irá roubar.
Seu nome foi posto de lado na história,
Sua memória, apagada quase por completo.
Que pensava ela de sua sina inglória,
Quando o céu noturno tornou-se seu teto?
Talvez sua maldade fosse sua razão,
Ou, talvez, suas atitudes fossem fruto de uma doentia imaginação.
Nada se sabe do que houve.
Nem um linha, nenhum relato.
Seu nome é um eco,
Um rodapé de página da história,
Uma lenda sinistra, que assombra memória,
De todo Gondoriano, ao ver um gato.
O destino da rainha foi coisa encerrada,
Quando Tarannon dela se livrou.
Embarcada em um navio, exilada,
Não restou a Berúthiel mais nada
A não ser encarar o triste fato,
Enquanto olhava para o céu ou para a censura,
Que estava presente nos olhos de cada gato.
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Nota: a Rainha Beruthiel é um personagem obscuro do legendarium tolkeniano. Sabe-se apenas que foi casada com o rei Tarannon Falastur, de Gondor. Solitária e dona de uma aura maligna, sempre vestida de preto e prata, a rainha fria e altiva tinha dez gatos: 9 pretos, através dos quais espionava os segredos dos gondorianos, e 1 branco, que vigiava os outros nove gatos. Dizem que era chegada a torturar os bichanos, caso falhassem. Reza o legendarium que, cansado da megera, o rei Tarannon exilou-a em um navio, com todos os seus gatos, deixando-a à deriva. É desnecessário dizer que o casal não teve filhos...