RENÚNCIA

Desisto da mágoa que me foi imposta.

Solto as amarras que prendem à dor,

limpo a ferida e retiro sua crosta...

Rejeito a permanência da aflição

que lacera as minhas entranhas:

o impasse sem sentido do não.

Abandono a angústia vingativa

que perverte minh’alma com artimanhas

e a deixa sem qualquer perspectiva...

Renuncio a punir o meu próprio eu.

Absolvo-me,

dos pecados que você cometeu.

Lina Meirelles

Rio, 13.11.08