Enquanto a lua cresce, eu declino

Maldita a noite que confirmou

todas as noites sem dormir por causa da dor

de estar doente de tanto implorar

que o mal não me tomasse embora o

mal sempre acabasse me tomando

em suas mãos fortes de luxúria e sangue

para me fazer adoecer de tanto chorar

e soluçar por sentir tantas dores em

meu ventre tomado de feridas e mazelas

que nasceram da repulsa de ter que

suportar o mal se apossando de meu

corpo além de já ter se apoderado

de meu tempo que já era tão pouco

e triste por ter perdido tudo nas mãos

ambiciosas do mal que foi entrando em

minha casa como santo e amigo para

depois me iludir com a promessa da

salvação de tudo aquilo que me confundia

e perturbava e que nem era pior que

todo o mal que hoje tenho que abraçar

sem amar ou beijar sem querer ou

mentir para não deixar de sofrer por um

mal que pegou de surpresa quando eu

menos esperava e quando eu mais

necessitava de um bem pra me salvar.

Salva-me, meu irmão!...

que não aguento mais.