ÓCIO

Duas e meia.

Nada de novo no ar.

Deito no chão desta tarde vazia

esperando a azia

do almoço indigesto,

pseudo-mordomia

deste repouso funesto.

Seis e meia.

Desafinados bocejos

ecoam na recém chegada escuridão.

Vozes na televisão

que nunca se desliga

pertubam a viagem da mão

ao redor da obesa barriga.

Ricardo Leal
Enviado por Ricardo Leal em 13/11/2008
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