Fragmento I
Alguém deixou uma marca naquele canto de sala.
Não fui eu nem um outro,
Foram todos que passaram por aqui.
Um piano chora.
Minhas mãos tateiam o vento
E há tanto silêncio deste lado.
Alguém esqueceu um riso na porta.
Ainda posso ouvir sua mudez,
A criança não cresceu,
Continua menor e frágil.
Simplesmente um afeto que fosse.
Seria de novo alegria.
Minha terra é o mundo dos homens
E, no entanto, não sou daqui.
Deixem que os meus passos sigam o que escolhi.
Permitam-me tentar mais uma vez.
Agora me recolho aos lençois
Para amanhã desperta ainda escuro
E ver o abrir braços da aurora.