Cavaleiro das Sombras
Nervoso, penetro a gruta sombria,
Afiada espada nas mãos,
Sequioso de um sanguinário combate
Entre a alvura e a escuridão.
Lentamente, caminho em direção.
O funesto lugar de sonhos
Arrepia-me a alma descontente,
Calo a voz, suspiro, sigo em frente.
Erguida, a lâmina brilhante,
Seu fio afiado desbrava a mata,
Na surdina da gélida noite
Murchas flores, secas folhas estalam.
Furtivamente, prossigo...
Estalam sob meus pés as folhas
Meu rosto banha-se de suor
Temo morrer, será o pior.
Voraz, caminho apressado,
Preparado para a figura do monstro,
Enlouquecido, matar...
Aperto o passo – descompassado, frenético, delirante
Defronte ao inimigo
Sem dúvidas é o amargor.
Uivo, berro, grito, ... soluço e... choro.
Abaixo a cabeça e, Deus! eu coro.