O Momento
Despeçam a lua.
Apaguem todos os sóis.
Rasguem o chão de cada rua.
Tapem as estrelas com lençóis.
Detenham os rios, fechem barragens.
Congelem dos relógios os ponteiros.
Devolvam a chuva às grossas nuvens.
Que se quedem os animais nos outeiros.
Desistam as árvores de ao céu trepar.
Proíbam ao vento o seu voo espacial
Que o silêncio se prenda a escutar
O momento primordial
Em que os lábios detidos
Num beijo largo e profundo,
Corpos cingidos,
Iluminam de espanto o mundo!
Despeçam a lua.
Apaguem todos os sóis.
Rasguem o chão de cada rua.
Tapem as estrelas com lençóis.
Detenham os rios, fechem barragens.
Congelem dos relógios os ponteiros.
Devolvam a chuva às grossas nuvens.
Que se quedem os animais nos outeiros.
Desistam as árvores de ao céu trepar.
Proíbam ao vento o seu voo espacial
Que o silêncio se prenda a escutar
O momento primordial
Em que os lábios detidos
Num beijo largo e profundo,
Corpos cingidos,
Iluminam de espanto o mundo!