Tensão em poesia
A você
que lê,
pensa
e discorre
sobre o que
acha que vê.
A você
que procura sentido,
sentindo intenção
(“intensão” [!]),
paixão,
ou alguma razão
no que decodifica
e não lê.
A você,
leitor burro
e doente.
Respeitável
e demente
para você
canto agora.
Não tente ver,
sentir,
ou obedecer ao eu - lírico
contraditório,
egocêntrico
e disforme.
Não é a mim,
ou ao teu coração,
tampouco à escola.
É o texto que
deve ser lido
e tido
como único parâmetro
de existência
cabível e plausível
do que quer dizer
o que foi dito.
Pois o que poema diz,
em sua boca
cariada
e maldita;
metafórica
e vadia -
é o que está escrito.
E que isto baste a pênis ouriçados por palavras sádicas e molhadas.