Meus amigos onde estão?

Nasci assim tão igual

apenas uma criança

no olhar tinha a esperança

que o mundo de mim roubou.

Meus olhos que eram brilhantes

tornaram-se tristes e errantes

hoje não sei mais quem sou.

Os meus amigos de infância

foram tornando-se estranhos

passam indiferentes

abraçam-se contentes

fingindo que não me vêem.

Mas sei que não esqueceram

que um dia brincamos juntos

de jogos e esconde esconde

depois, eu me perdi sem querer

pelas ruas da cidade

fiquei procurando a felicidade

que brinca de se esconder

As vezes me desespero

e tenho vontade de gritar

que sou feito de ternura

que tenho em mim tanta doçura

mas não sei como expressar.

Mas se acaso soubesse

e em palavras transformasse

quem iria me escutar?

A vida me ensinou

que não adianta chorar.

Num sorriso forçado

já estou acostumado

minhas dores disfarçar.

Sei que pareço louco

mas que culpa tenho eu

sem conhecer carinho

na solidão do meu caminho

muito de mim se perdeu.

Vasculho lixos e olhares

mas não procuro piedade

além da sobra de pão

procuro um aperto de mão

e o resto de alguma amizade

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Acioly Netto
Enviado por Acioly Netto em 12/11/2008
Reeditado em 04/12/2017
Código do texto: T1278913
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