O Eremita em Mim

Do muito e do pouco

Do pouco e do nada

Trancado na vida

Só passa na estrada

O sol e a lua

Sozinho na rua

Do vento se guarda

Cansado de um mundo

Imundo por ter

Esquecendo o ser

Ignorando o viver

Do muito pouco

Do quase nada

Não espalha a poeira

Na longa estrada

Não há um sorriso

Não conhece o paraíso

Prende-se ao passado

Num grande siso

Um sorriso cansado

Um abraço apertado

Um adeus, um aceno de mão

Uma alça, um amigo

Uma rua, um caixão

Um sentido de ir

Um bilhete na mão

Na alcova da vida

Com a chave por fim

Não procura a saída...

Eremita de mim

Genival Silva
Enviado por Genival Silva em 11/11/2008
Reeditado em 12/11/2008
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