O Eremita em Mim
Do muito e do pouco
Do pouco e do nada
Trancado na vida
Só passa na estrada
O sol e a lua
Sozinho na rua
Do vento se guarda
Cansado de um mundo
Imundo por ter
Esquecendo o ser
Ignorando o viver
Do muito pouco
Do quase nada
Não espalha a poeira
Na longa estrada
Não há um sorriso
Não conhece o paraíso
Prende-se ao passado
Num grande siso
Um sorriso cansado
Um abraço apertado
Um adeus, um aceno de mão
Uma alça, um amigo
Uma rua, um caixão
Um sentido de ir
Um bilhete na mão
Na alcova da vida
Com a chave por fim
Não procura a saída...
Eremita de mim