Tarde...

Não sei por que preocupar-me com o tempo

A urgência de viver é desgastante

Consome a energia armazenada

Pela euforia das pequenas descobertas

E a alegria que pulsa a veia do poeta.

O entardecer é livre uma vez que é isento

Do alinhavar das horas cambiantes

Que brincam no vácuo, despreocupadas...

E a última hora é determinante

Arrasta-se, pachorrenta e confiante

Tarde pode ser tão só um pensamento

Que de pensar-se, torna-se maçante

Deixando a rotina entediada

Num repetir insistente

Reprisando-se de modo incoerente

Tarde... É, pode ser tarde, como não?!

E então se esgota o tempo

Que nas horas se escondia

Na verdade, tarde soa como presunção

Como uma folha solta ao vento

Que se move à revelia

E segue sem direção...

Priscila de Loureiro Coelho
Enviado por Priscila de Loureiro Coelho em 11/11/2008
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