Dá vontade de rir, mas me sinto tão triste.
Olho o relógio bandido,
que anda esquecido
de fazer o tempo passar.
E vejo o tempo passar
em seu passo dengoso
que não quer caminhar.
Lá fora, o calor é intenso,
aqui dentro esse frio imenso
que a saudade me traz.
Fico lendo e relendo
o que consigo escrever
no papel refazendo
o que nunca soube fazer.
Nunca soube fazer-te feliz,
Dizendo aquilo que quis,
sem saber escutar.
Não escutei teu pedido,
silencioso, sentido
me olhando partir.
Dá vontade de rir,
mas me sinto tão triste,
quando o peito desiste
de voltar a sorrir.
Te amo e me culpo por fazer-te sofrer.
Sou um homem que nunca entendeu
e esqueceu de prever
que quem sofreria era eu.