PREDIO-NAUTA.
Preso às ferragens, pés no ar;
Ar sem chão, homem cimento,
Cimento prisão, sem aragens,
Homem coragem.
Assim digo ao homem,
Predio-nauta, rei do asfalto,
Da luz, que não ilumina,
Ofusca, mata
Luz sem prata,
Sem estrelas,
Coloridas de cores falsas,
Assim o homem que digo,
Ser parecido comigo,
Vivendo junto,
À separação, à luta
que disputa sua alma,
Seu sangue colorindo asfalto,
Tão longe da calma,
Da carma, do mato,
Do homem inimigo,
Do homem que não digo.
Solto á terra,
Pés no chão,
Homem jeca,
Ignorante,
Ignora progresso,
Ignora cimento,
Ignora cultura,
Cultura de ferro,
Cultura que espero
Levar-me de volta,
Bem longe do mundo,
Do mundo concreto.
(D`Eu)