Beijo

Menina morena, seu beijo me faz

moleque vadio, poeta maldito,

um barco sem vela, inerte, que jaz

que busca no cais um mar infinito.

Seu beijo, menina, é o que o tempo não traz:

o sabor da infância ou de um sonho bonito

é um desejo esquisito que já não satisfaz,

pois jamais se saciam meus lábios aflitos.

Seu beijo, morena, é o meu vício voraz

é o grito fugaz de um eco inaudito,

é meu dito, é meu mito, é meu rito de paz,

é, enfim, muito mais do que eu próprio acredito.

Alex Miguel
Enviado por Alex Miguel em 10/11/2008
Reeditado em 28/11/2010
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