Vai João

Acorde, João!

Está na hora de ganhar o pão.

Apressa-te com a tua marmita.

Hoje não tem mistura não!

Corre, João!

Olha o trem parado na estação.

Esprema-te aí dentro;

Larga mão de ser chorão!

Deixe de moleza, João!

Arrebenta-te na construção

Te abstenhas de tuas lamúrias

até a meia-noite tens muito chão...

por hoje basta, João!

Podes voltar pro teu barracão.

Pegue o trem da zero hora,

Depois desse não tem outro não.

Janta, João!

Hoje não tem mistura não.

Não te iludas com luxúrias.

Come teu arroz com feijão.

Dorme, João!

Reconforta-te em teu colchão.

Descansa esse teu corpo esquelético.

Durmas o sono da mansidão.

Dorme, João... Dorme!