Noite a dentro
Noite adentro rabiscando bobagem
nessa eterna viagem,
de tentar te escrever
cada palavra que, tolo
nunca soube dizer.
O poema de amor que tentei
escrevi, rasurei! E rasguei.
Como falar-te de amor
quando, acometido da dor
noite adentro avancei.
Cada palavra escrita,
cada folha amassada
de palavra não dita
na lixeira jogada,
Como escrever-te palavras bonitas
nessas noites malditas
que não consigo dormir?
Noite adentro enchendo o lixo,
entre quatro paredes, fechado,
sonâmbulo estressado,
encurralado, um bicho.
Então desisti!
escrevi tão somente
a tristeza latente
da solidão que senti.
Essa solidão arraigada em minha alma,
em outra noite sem calma
outra noite sem ti.