PENA.
Ó pena, minha escrava,
Meu conteúdo de amor,
Um pensamento bastava
E rabiscavas
A minh'alma em dor.
Embebida em meu
E sangue cruzavas,
O papel tão branco,
Eu então triste,
Tristezas tu
Não nele passavas
Meu conteúdo de amor,
E o branco,
Tu dele fugiste.
Ó pena, minha escrava,
Meu desabrochar
De uma flor,
Quando pedias,
Calavas
E cessava
Um poema de amor.
Não eras a mim dedicada,
Tu choravas,
Tu faltavas.
Ó pena, sê minha amada.
Ó pena, sê minha escrava.
(D`Eu)