Aula de literatura
A mangueira, com seus frutos belos,
no pátio da faculdade,
me atrai mais que a insípida
aula de literatura.
Meus olhos passeiam pelas folhas
verdes e vistosas da mangueira, enquanto
o professor fala sobre Jorge Amado.
O conflito que se processa em mim
é a antítese do próprio ser e não ser,
estar aqui e ao mesmo tempo não estar.
E a literatura de que tanto gosto
se perde na voz do professor,
na minha impaciência de estar aqui,
querendo não estar.
Nesse momento prefiro a imagem
da mangueira não mais em flor,
apenas em fruto.
E a literatura, agora,
se perde na voz do professor.