Aula de literatura

A mangueira, com seus frutos belos,

no pátio da faculdade,

me atrai mais que a insípida

aula de literatura.

Meus olhos passeiam pelas folhas

verdes e vistosas da mangueira, enquanto

o professor fala sobre Jorge Amado.

O conflito que se processa em mim

é a antítese do próprio ser e não ser,

estar aqui e ao mesmo tempo não estar.

E a literatura de que tanto gosto

se perde na voz do professor,

na minha impaciência de estar aqui,

querendo não estar.

Nesse momento prefiro a imagem

da mangueira não mais em flor,

apenas em fruto.

E a literatura, agora,

se perde na voz do professor.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 07/11/2008
Reeditado em 19/01/2009
Código do texto: T1270932
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