Artesanal
Não havia horizonte ao longe
Nem ruídos de feras famintas
E o restante da sombra descansava
Num pingo d’água tremulante.
Alguns olhares indiscretos
Sorriam aéreos e perdiam-se.
Como se estivessem no paralelo
Da curiosidade e da fadiga.
Sábio artesão de mãos suaves
Retinha a ilusão e liberava a guia
E a arte surgia sonora e criativa
Na flauta doce da minha fantasia.