A guerreira

Guerreira, não mais donzela...

Singela aparência que oculta uma fera,

Que em sua alma esconde,

Que faz a espada cantar...

Seus rubros cabelos se espalham no ar,

Toda vez que sua lâmina canta

Sua melodia sangrenta...

Mas ao fim da batalha,

Ela mal se sustenta...

Está cansada de tanta luta,

Não aguenta mais guerrear...

Mas a vida não é simples,

Ela não pode simplesmente parar...

Precisa defender seu povo,

Garantir as fronteiras,

Os maus expulsar...

Mas é fato...

A guerreira está exausta,

De tanto guerrear...

A causa pode ser justa,

Mas sua vida não é bela...

É feita de sangue,

Cicatrizes,

Morte...

Guerra!!

Mas garante que,

Em paz,

Viva todo aquele que ela amar.

É por isso que ela se ergue,

Esquece o cansaço

E volta a lutar...

Não é por imortalidade em versos,

Não é por louvores em prosa,

Nem por elogios feitos em canção...

A guerreira luta para preservar seu quinhão,

Para manter a esperança...

Para garantir para a segurança

De seu povo,

Que sofre, trabalha, vive e ora...

Veem nela uma santa,

Não uma senhora...

Guerreira de olhos tristes,

Que em tempos de paz suspira,

Quase a lamentar,

Que esta não seja eterna...

Mas que não desiste de tentar.

Ela luta pelo fim de cada guerra

Como se esta fosse a última,

Como se sua lâmina pudesse ceifar todo mal...

Mas em tempo de paz,

Sua certeza se esvai...

O mel em sua boca,

Ás vezes vira sal...

O que será de sua gente quando findar sua estrada?

Quem os protegerá?

São dúvidas sem resposta,

Que se espalham pelo ar...

Dúvidas que fazem com que angústia domine,

Que o medo deite raízes intrincadas...

Vestida de violeta,

De joelhos na campina...

Ela ora no cimo de uma colina,

Para que Deus proteja seu povo,

Caso um dia ela venha a tombar...

E uma suave brisa se põe a soprar,

Quente como um abraço,

Vinda do firmamento...

Nos céus Ele sorri e remove dos ombros dela o tormento,

Garantindo-lhe, sem palavras audíveis,

Que a paz àquela terra em breve irá chegar...

E a guerreira suspira

Antes de rir e chorar...

Sua gente jamais estará desamparada

Mesmo que ela se vá,

Mesmo se seus olhos eternamente se fecharem

E ela nunca mais sinta o calor do sol...

Sua gente estará a salvo,

Protegida do mal,

Enquanto o Senhor os abençoar.

Zannah
Enviado por Zannah em 06/11/2008
Código do texto: T1270117
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