UMA VIDA, UM SONHO
Quando acordamos do nada
sonhamos uma vida direita,
no todo e de tudo agraciada.
Imaginamo-la perfeita.
E viajantes seguimos em desejo,
sempre a imaginar o amanhã,
tão livre e fugidio em seu adejo,
ornado da fantasia mais louçã.
Insustentáveis seres bailamos,
plumas soltas, no tempo-espaço
da quimera que não alcançamos.
Vagamos num volúvel delírio-dança,
um devaneio errante, sem compasso,
pois que a vida é toda ela esperança.
Até que um dia despertamos.
Voltamos ao sem-fim donde viemos,
misturados ao ventre do nada...Morremos.
Lina Meirelles
Rio, 06.11.08