Fiz-me palavras

face desenhada em papel borrão

vitral, luminoso quadrado sem gosto

sem perfume.

Modelei-me ao sabor do que sabia

poderiam querer, mas para quê?

Dancei o tango, a valsa no ar, sem par

que me coube por direito suplicado.

Foram tantos quereres jogados fora

tantos sonhos suaves que jamais poderão sonhar ....

Vai ver que foi demasiado o meu querer nessa vida

que brinca de criança mimada

adora ver suas marionetes com os fios embaralhados

e em seguida deixa-las de lado

para que tentem,numa diversão à parte

se desenrolarem dos fios invisíveis…

Vai ver não consigo mais sonhar

somente ser reflexos de espelhos

estilhaços do peito.

6/11/08

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 06/11/2008
Código do texto: T1269500