Fiz-me palavras
face desenhada em papel borrão
vitral, luminoso quadrado sem gosto
sem perfume.
Modelei-me ao sabor do que sabia
poderiam querer, mas para quê?
Dancei o tango, a valsa no ar, sem par
que me coube por direito suplicado.
Foram tantos quereres jogados fora
tantos sonhos suaves que jamais poderão sonhar ....
Vai ver que foi demasiado o meu querer nessa vida
que brinca de criança mimada
adora ver suas marionetes com os fios embaralhados
e em seguida deixa-las de lado
para que tentem,numa diversão à parte
se desenrolarem dos fios invisíveis…
Vai ver não consigo mais sonhar
somente ser reflexos de espelhos
estilhaços do peito.
6/11/08