FALA O DIABO - XXIV
Eu ouço a Lua escura.
Por entre das nuvens a textura,
Ela murmura sons de amargura
E ansiosa, tonta, ela espera.
O que deseja, oh! curiosa bela?
Por quem tua angústia lança
O mais triste olhar sobre a Terra
Sem nenhuma sombra de esperança?
“Desejo, meu nobre Senhor,
Aquele que me causou tanta dor,
Para que, ao cair da mais espessa noite,
Eu lhe conceda todo o amargor,
Lhe sopre no rosto meu torpor,
E da melancolia lhe crave o tridente!”