O Escultor

E, lá, eu a ouvia gemer

Gemia como uma puta!

E enquanto eu recitava

Qualquer meio palavrão

Que eu dizia ser poesia

No ouvido fazendo-a rir

Contornava uns pingos

De seu suor e da saliva

E de lágrimas da vagina

Oh, a vaidade simplória

Que levava-me a esculpir umas infelizes almas.

E como que para descrever a chuva...

Cantarolava qualquer vento de outono

Que me infestava de escuridão.

Éden
Enviado por Éden em 05/11/2008
Reeditado em 14/04/2009
Código do texto: T1267622