Vênus Soturna
Teus olhos
e teu corpo
nu
em meu corpo quero
agora.
Queimando meu ser
e ferindo teu eu
mais íntimo.
Somos um,
a copular como cães
em madrugadas festivas.
Somos o pecado
e a manutenção
de uma existência tão falha
e de amores tão sádicos.
Te amo
e invado-te
com a permissão que me deste outrora,
para que fossemos a verdade
desta vida tão bandida.
És tu a melhor noite,
o melhor erro.
Sinto teu calor
e a profundidade de teu ser.
Estou no âmago de
tua beleza;
em tua coisa
tão viva,
quente e molhada.
É quando exalas feromônio
e bafos
presos a sussurros
e a gritos engasgados
de prazer.
Te ocupo
e em ti deixo meu porvir.
Agora, de cansaços,
nos entrelaçamos
e escorre o suor
a pintar nosso pecado tão inocente.
Dormimos mais vivos
e sonhamos o doce mel desse amor;
a candura de nosso tesão.