e mais nada

diante de mim

dois olhos vermelhos

ardentes

uma boca sozinha

carente

esperando ansiosa

por um beijo meu

mãos nervosas

apreensivas

que me apertam

impiedosas

compulsivas

procurando em mim

marcas antigas

que já tinham sido

esquecidas

duas pernas fogosas

e ternas

de movimentos nervosos

que nao se aquietam

e arquitetam desenhos

ardilosos

em baderna

entre as minhas pernas

mas eu

ai de mim

que trago tanta mágoa no peito

tantas dores passadas

hoje não passo de uma ilusão

e mais nada

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 05/11/2008
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