e mais nada
diante de mim
dois olhos vermelhos
ardentes
uma boca sozinha
carente
esperando ansiosa
por um beijo meu
mãos nervosas
apreensivas
que me apertam
impiedosas
compulsivas
procurando em mim
marcas antigas
que já tinham sido
esquecidas
duas pernas fogosas
e ternas
de movimentos nervosos
que nao se aquietam
e arquitetam desenhos
ardilosos
em baderna
entre as minhas pernas
mas eu
ai de mim
que trago tanta mágoa no peito
tantas dores passadas
hoje não passo de uma ilusão
e mais nada