Ssssss...
Menina dorme na rede. É tão quietinha,
Humilde, alegre, envolve-se em carinho,
Os que se achegam a ela, a criaturinha,
As trata bem, pois mal não sabe nem pratica.
Ingênua, crê, que todas as pessoas,
Convivem com amor e com verdade,
São puras como ela; e são boas,
Pois em seu coração não há maldade...
Um dia, enregelada, ela achou
Uma cobra, no caminho onde andou,
E teve pena, aqueceu-a junto ao peito...
Levou-a para junto às coisas suas,
Alimentou e a cuidou com as mãos nuas...
(Mas não sabia que cobra não tem jeito!...)
Quando aquecida e forte se sentiu,
A cobra, bem no coração, a ela feriu,
E se foi, deixando a morta em seu leito...
As mãozinhas arrochadas só jaziam
Apontando no peito os dois furinhos...
E a traição foi à paga de seu feito...
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Nota da Autora: procurei colocar em versos uma fábula, que minha tia-avó me contava quando eu era criança. Não sei o autor da mesma!
E ressalvo: qualquer semelhança com fatos ou pessoas é mera coincidência.