Avassaladora- A Oração da Poetisa

Meu peito se rasga

Artista inconformada

Quero rasgar a epiderme

Despir-me deste verme

Esta alma irrequieta

Deseja ser liberta

Deus! Que fúria é essa?

Que no peito manifesta?

Desespero e paixão

Desejo e devoção

Dê-me a luz no fim do túnel!

Dê-me a mais bela poesia

Para que nenhum de meus dias

Seja mera existência!

Não permita que essa essência

Que suplica clemência

Passe desapercebida

Dai-me a ‘espada’ e riscarei esse chão

Na mesma profundidade de minha emoção

Estou cansada de molhar minha terra

Com lágrimas que nunca cessam

Liberta-me!

Nesta prisão me encerra

Esta é minha condenação!

Recompense-me!

Por ser herdeira desta maldição

Ou arranco de minha face, a visão!

Desejei neste mundo estar

Aqui estou e aqui quero me cravar

Serei sepultada neste mundo

Embora meus sentidos já moribundos

Minha voz se faz calar!

Por que colocaste um mundo inteiro

Em tão pequeno coração?

Matas-me de incomum paixão

A vida me sai pelos poros

Essas vozes são ecos sonoros

Irritando minha solidão!

Quero ver com meus olhos!

Cansei de ter de outros a visão!

Quero sentir com o meu tato

Quero meus lábios livres do gosto amargo!

Quero andar com minhas pernas

Cansei de ver a vida por janelas!

Eu luto contra o tempo

Uma vida em um momento!

Dá-me te peço

Os mais belos de todos os versos

Para que todos possam saber

Que aqui nesta terra

Um dia vim nascer!

Shimada Coelho A Alma Nua
Enviado por Shimada Coelho A Alma Nua em 04/11/2008
Reeditado em 04/11/2008
Código do texto: T1265718
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