Avassaladora- A Oração da Poetisa
Meu peito se rasga
Artista inconformada
Quero rasgar a epiderme
Despir-me deste verme
Esta alma irrequieta
Deseja ser liberta
Deus! Que fúria é essa?
Que no peito manifesta?
Desespero e paixão
Desejo e devoção
Dê-me a luz no fim do túnel!
Dê-me a mais bela poesia
Para que nenhum de meus dias
Seja mera existência!
Não permita que essa essência
Que suplica clemência
Passe desapercebida
Dai-me a ‘espada’ e riscarei esse chão
Na mesma profundidade de minha emoção
Estou cansada de molhar minha terra
Com lágrimas que nunca cessam
Liberta-me!
Nesta prisão me encerra
Esta é minha condenação!
Recompense-me!
Por ser herdeira desta maldição
Ou arranco de minha face, a visão!
Desejei neste mundo estar
Aqui estou e aqui quero me cravar
Serei sepultada neste mundo
Embora meus sentidos já moribundos
Minha voz se faz calar!
Por que colocaste um mundo inteiro
Em tão pequeno coração?
Matas-me de incomum paixão
A vida me sai pelos poros
Essas vozes são ecos sonoros
Irritando minha solidão!
Quero ver com meus olhos!
Cansei de ter de outros a visão!
Quero sentir com o meu tato
Quero meus lábios livres do gosto amargo!
Quero andar com minhas pernas
Cansei de ver a vida por janelas!
Eu luto contra o tempo
Uma vida em um momento!
Dá-me te peço
Os mais belos de todos os versos
Para que todos possam saber
Que aqui nesta terra
Um dia vim nascer!