Coisas de burguês
Quero hoje.
Quero em esta noite.
Será em meio a essa serra,
chapada e friorenta,
que estuprarei esta burguesia falida.
Com toda a força,
introduzirei meu pênis adolescente
e revolucionário
de desejos tão doentios.
A sangrar toda vagina aristocrática;
esbofeteando suas nádegas tenras.
Junto a delírios comunistas,
e falácias populistas,
deixarei sem pregas
este cu ardente da classe média travestida.
Travestida daquilo que não pode mais,
mas que insiste em mentir no espelho,
a refletir essa dor de alma falsa.
Sim,
é com meu saco escroto,
de testículos circulares,
que gozarei neste útero maldito
plantando o sêmen libertário.
A glande incha
e incha a mentira que sempre cantei,
por ser também parte da vítima desta noite.
Assim como todos
que gritaram com bandeiras na mão.
Fosse com margaridas vermelhas,
ou com estrelas no peito,
já não havia forças
para ferir com a foice ou o machado
as raízes dessa vítima tão facínora.
Agora sei.
Agora vejo
que nem se Mar...
marcássemos de forma cabal
a cruz da capital de todos os nossos gritos
seríamos livres do que combatemos dos 12 aos 20 anos.
Por isso,
será hoje que estuprarei essa burguesia falida;
a começar pelo meu mundo,
enfiando a camisa de Guevara em meu rabo peludo