Coisas de burguês

Quero hoje.

Quero em esta noite.

Será em meio a essa serra,

chapada e friorenta,

que estuprarei esta burguesia falida.

Com toda a força,

introduzirei meu pênis adolescente

e revolucionário

de desejos tão doentios.

A sangrar toda vagina aristocrática;

esbofeteando suas nádegas tenras.

Junto a delírios comunistas,

e falácias populistas,

deixarei sem pregas

este cu ardente da classe média travestida.

Travestida daquilo que não pode mais,

mas que insiste em mentir no espelho,

a refletir essa dor de alma falsa.

Sim,

é com meu saco escroto,

de testículos circulares,

que gozarei neste útero maldito

plantando o sêmen libertário.

A glande incha

e incha a mentira que sempre cantei,

por ser também parte da vítima desta noite.

Assim como todos

que gritaram com bandeiras na mão.

Fosse com margaridas vermelhas,

ou com estrelas no peito,

já não havia forças

para ferir com a foice ou o machado

as raízes dessa vítima tão facínora.

Agora sei.

Agora vejo

que nem se Mar...

marcássemos de forma cabal

a cruz da capital de todos os nossos gritos

seríamos livres do que combatemos dos 12 aos 20 anos.

Por isso,

será hoje que estuprarei essa burguesia falida;

a começar pelo meu mundo,

enfiando a camisa de Guevara em meu rabo peludo

Raul Furiatti Moreira
Enviado por Raul Furiatti Moreira em 03/11/2008
Reeditado em 21/11/2008
Código do texto: T1262935
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.