Outra vez criança

Se eu pudesse escolher entre avançar no tempo ou regredir

É claro que eu regrediria.

Eu voltaria a ser criança de novo

E me veria livre de milhares de problemas do dia-a-dia.

Adeus computadores, adeus preocupações, adeus obrigações...

Eu vestiria minhas fantasias, pegaria minhas malas e partiria para o Reino do Faz-de-conta

E esqueceria que um dia fui adulto.

Lá, eu esfregaria uma lâmpada mágica e pediria ao gênio

Que nunca deixasse eu passar de criança.

Sim. Eu não quero mais ser adulto!

Tou cheio desse falso mundo feliz

Onde só há competições, competições, competições...

Há também desconfianças, traições, problemas...

As pessoas enlouquecem em busca de dinheiro e mais dinheiro –

O cofre nunca enche.

Quero ficar com as moedas de chocolate

Quero lambuzar minha cara com elas

Quero poder sorrir de tudo e chorar quando tiver vontade.

Quero o colo de minha mãe,

Um abraço de meu pai,

A companhia das fadas e dos anjos.

Quero fazer barquinhos de papel

Bonecas de pano, bolas de meia

Quero sentir de novo meus dentinhos caírem

Quero de volta meu sorriso banguela,

Mas aquele banguela que ainda não teve todos os dentes.

Quero me admirar com a lua, com o sol, com as estrelas

Poder correr atrás dos pombos sem me sentir ridículo

Quero sentar no colo de meu pai na beira da estrada e ver os carros passarem.

Quero ser feliz outra vez

Quero ser outra vez criança.

Poeta do Riacho
Enviado por Poeta do Riacho em 03/11/2008
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