Outra vez criança
Se eu pudesse escolher entre avançar no tempo ou regredir
É claro que eu regrediria.
Eu voltaria a ser criança de novo
E me veria livre de milhares de problemas do dia-a-dia.
Adeus computadores, adeus preocupações, adeus obrigações...
Eu vestiria minhas fantasias, pegaria minhas malas e partiria para o Reino do Faz-de-conta
E esqueceria que um dia fui adulto.
Lá, eu esfregaria uma lâmpada mágica e pediria ao gênio
Que nunca deixasse eu passar de criança.
Sim. Eu não quero mais ser adulto!
Tou cheio desse falso mundo feliz
Onde só há competições, competições, competições...
Há também desconfianças, traições, problemas...
As pessoas enlouquecem em busca de dinheiro e mais dinheiro –
O cofre nunca enche.
Quero ficar com as moedas de chocolate
Quero lambuzar minha cara com elas
Quero poder sorrir de tudo e chorar quando tiver vontade.
Quero o colo de minha mãe,
Um abraço de meu pai,
A companhia das fadas e dos anjos.
Quero fazer barquinhos de papel
Bonecas de pano, bolas de meia
Quero sentir de novo meus dentinhos caírem
Quero de volta meu sorriso banguela,
Mas aquele banguela que ainda não teve todos os dentes.
Quero me admirar com a lua, com o sol, com as estrelas
Poder correr atrás dos pombos sem me sentir ridículo
Quero sentar no colo de meu pai na beira da estrada e ver os carros passarem.
Quero ser feliz outra vez
Quero ser outra vez criança.