Foge o Brilho da Alma-(Poema a 4 mãos) José Ribeiro Zito e Maria Thereza Neves

nas andanças, o saco atado da alma

o brilho da manhã foge

pesa a canseira

dobra o peito carregando de frio

o olhar não encontra lugar para pousar

no chão dos meus passos

as pegadas vazias

nos espaço ausentes

de ternuras, beijos e abraços

os olhos estão secos

no silêncio triste,mudo

aguardando esperanças e luzes

nas entranhas tão cheia de solidão

de mãos dadas com a desilusão

vasculho o calor queimando a pele

o sol quebrando o gelo dos ossos

sangrando nas memórias passadas

na rua dos segredos

ou esquinas das algemas partidas

nos cateiros das dores profundas

procuro com minhas lágrimas

regar as raizes das mágoas

plantar estrelas na madrugada

e um lugar para de novo

quem sabe sonhar.

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20/03/06

Portugal&Brasil

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 21/03/2006
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