Pequenos golpes.
Nos dias tão iguais,
Falta o sentido ou explicação,
Sobram os cigarros, a depressão,
A solidão e as brigas.
E cada canto contém a regressão,
Pequenos golpes na auto-estima.
Janelas abertas o vento “corre” a casa,
É o gato brigando com a cortina,
Eu brigando com o teclado do laptop.
Os restos, as frases perdidas,
Conversas “avulsas”,
O mais breve dialogo ganha uma profundidade sem coesão.
Ao mais leve sinal de novidade a alma fulgi. Depois apaga.
Eu pago o preço.
Procuro explicação na auto-agressão,
E levo como uma arte,
Como se tentar morrer fosse a obra prima,
De um pintor famoso por retratar a “semi-vida”,
Dos “semi-qualquer coisa”.
Sempre tão perto da ausência.
Sempre tão igual.