MORRER... SÓ AMANHÃ!

MORRER... SÓ AMANHÃ!

Se eu tiver que morrer amanhã

que te seja uma simples magia.

Pois a aurora precede a manhã

e morrer nunca morre num dia.

E não leves memórias carpidas

nem saudade de vidas futuras,

nem lamentes as horas vividas

com a perda de tuas venturas.

E me cubras de rosas banidas

e me tenhas a dor dos aflitos.

A mentira das balas perdidas,

a justiça sem lei dos malditos.

Só amanhã é que devo morrer.

Que te seja de morte sem dor,

e me levem o teu bem-querer

e os espinhos feridos de amor.

Se eu tiver que viver amanhã

que te seja de amor e magia!

E o nascer anteceda a manhã

e amanheça a vereda do dia!

Afonso Estebanez

Afonso Estebanez
Enviado por Afonso Estebanez em 03/11/2008
Código do texto: T1262655
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