MORRER... SÓ AMANHÃ!
MORRER... SÓ AMANHÃ!
Se eu tiver que morrer amanhã
que te seja uma simples magia.
Pois a aurora precede a manhã
e morrer nunca morre num dia.
E não leves memórias carpidas
nem saudade de vidas futuras,
nem lamentes as horas vividas
com a perda de tuas venturas.
E me cubras de rosas banidas
e me tenhas a dor dos aflitos.
A mentira das balas perdidas,
a justiça sem lei dos malditos.
Só amanhã é que devo morrer.
Que te seja de morte sem dor,
e me levem o teu bem-querer
e os espinhos feridos de amor.
Se eu tiver que viver amanhã
que te seja de amor e magia!
E o nascer anteceda a manhã
e amanheça a vereda do dia!
Afonso Estebanez