O BOTE DA COBRA (Desabafo e Conselho!)

Encontrava-me eu, tranqüila e plácida,

Numa doce tarde de verão,

Quando um sibilar de uma voz ácida,

Recalcitrante, chamou-me a atenção...

Em minhas costas, uma cobra enorme,

Travestida de mulher, sai da multidão,

Enrola o corpo e, torpe, arma o bote

E vem em fúria em minha direção...

Mas erra o bote. O sibilar perdura

E mira a aorta, enrodilha-se no chão;

Lança veneno, como Naja, longe!

Mas não me alcança, nem me toca, não!

Cobras rastejam na poeira das estradas

E, traiçoeiras, à sua presa vem...

Vem pelos flancos, não querem ser notadas,

Pensam ter poder, mais do que ninguém!

Ela só se ergue, quando arma o bote,

E só se mostra com veneno e mal,

Mal sabem elas, que vem com rebote,

O veneno que atiram ao vento estival!

São cobras lindas, reluzem ante o sol,

Mas querem sombra, para que o mal as cubra.

Não se dão conta, que a Luz tem um farol

Que as cega mais do que a chama rubra.

Elas não podem, não suportam luz,

E são amargas, e sentem que as reduz

O brilho etéreo, dos que crêem na Cruz...

O mal não vence; o Bem é sempre “Mais”.

Por isto o ódio contra o Amor jamais

Terá Poder! Ele nos torna desiguais!...

Somos exército invencível! Somos paz!...

Pois a serenidade que o Amor nos traz

É nossa Segurança, que nos satisfaz!

- Serpentes, cobras, larguem seu veneno!

A vida é curta e o tempo é pequeno...

Vamos Amar como ensina o Nazareno!...

- Quem espalha ódio, recebe-o de volta!...

- Sê mais feliz: olha à tua volta

E pelo amor, transmuda essa revolta!

Vive!... Mas não alimentada pelo ódio!

Só os que amam e se esforçam vão ao pódio!

Já te perdoei! Encerra esse episódio!...

NOTA DA AUTORA: Qualquer semelhança com fatos presentes ou passados, ou com pessoas vivas ou mortas, é mera coincidência!

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 03/11/2008
Reeditado em 03/11/2008
Código do texto: T1262528
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