A RECIFE MI AMOR

Vivi em Cádiz, na Espanha, a cidade mais antiga do ocidente, com 3700 anos de história. Ali tem um mar do qual todos ali se orgulham. Na praia, sem coqueiros, sopra um vento terrível, às vezes frio, às vezes quente, às vezes calado, às vezes ruidoso, às vezes cheio de insetos trazidos da Àfrica que fica logo ali depois do estreito. Eu lembrava de Recife e não conseguia expressar em palavras para os meus amigos espanhóis qual era a diferença de nossas praias para as deles.

É possível desfrutar suas praias desde que nunca comparemos com as nossas. Esta poesia foi escrita à beira mar num momento de muita saudade do Brasil.

Un sin vivir, una angustia

Una tristeza sin fin

Una guitarra llorando

Y reclamando de mí

Un hueco gritando fuerte

Sólo un silencio senil

Un mar que no me dice nada

Un agua fría y hostil

Un viento rabioso, cobarde

Que vive aquí paseando

Cantando canción sin nexo

Como navaja cortando

¿Cómo te puedo apreciar

Si me robaste el placer

Del verde de los cocoteros

Cantando al amanecer?

¿Dónde está mi coco dulce

Que en mi playa tomaba?

¿Dónde están mis arrecifes

Que mis olas acallaban?

Cargo el sentir en mi pecho

Con esa añoranza sentida

Un dolor que me duele tanto

Que llega a doler la vida

Me duele de recordar

Me duele de presentir

Que puedo nunca volver

Que puedo nunca partir

Por eso canto llorando

En lágrimas me ahogo aquí

Pero si muero distante

Jamás me olvido de ti

djalma marques
Enviado por djalma marques em 21/03/2006
Reeditado em 20/05/2006
Código do texto: T126156