O Cosmo Cosmético
O Cosmo Cosmético
Dizem que quem sonha o mundo
Nada no mundo o demove
O sonho o remove de tudo
Até que não mais o devolve
Tudo, contudo, o comove
Move-se em mar movediço
Morre e se torna por isso
Nuvem de chumbo que chove
Fóssil qual fosse Confúcio
Furto-me à fome em fastígio
Fujo de fama e prestígio
Parto meu frágil prepúcio
Corto da carne meu carma
Só que, onde firo, não sara
Como o pancake mascara
Forjo no frio outra forma
Morto pro mundo, renasço
Nada mais trago, religo
Livre do mundo, o espaço
Passo e o carrego comigo
(Djalma Silveira)