O segredo e a tormenta...
a montanha,
taciturna e úmida,
a me olhar de longe,
tão delicadamente,
e paralisada.
eu era engolido,
por aquele olhar,
sublime,
da força natural e
ás vezes irreal.
era tanta,
estranheza.
que qualquer metáfora,
será inútil.
foi o silêncio...
o humilde silencio...
e a vontade sublime,
de ter que acreditar,
em algo.
nem que seja no verde,
das árvores,
ou nas pedras,
que caíam por sobre nós.
e o tempo parou,
o homem da cidade,
intimidou-se.
e percebeu-se nada.
percebeu-se somente,
um entre tantos.
percebeu,
que seus sonhos, e suas esperanças,
eram vãs.
que o infinito não era ele,
nem ninguém.
que talvez o céu,
tenha uma explicação biológica,
e pouco interessante.
que talvez nós, também,
tenhamos uma explicação lógica,
e ainda menos interessante.
percebeu, além disso,
que o nosso vício,
cada vez mais intenso,
de explicar tudo,
seria nossa morte prematura.
nosso intacto,
reflexo no espelho,
e a nossa degradação constante.
e a leveza da folha,
caindo...
caindo...
caindo...
me parece mais útil,
que qualquer livro mágico,
me serve melhor,
que qualquer forma da felicidade.
a maldita folha,
ao cair no chão,
sussurra-me ao pé do ouvido,
todos os mistérios da existência.
e eu...
ingrato...
juro que guardo segredo.