no' de marinheiro
derramou todo café no sofá
o telefonema tinha sido perturbador
triste
inesperado
um daqueles solavancos do amor
mas sabia que ia passar
o tempo cura
maltrata mas cura
não queria ve-la mais
nem saber noticias
nem o paradeiro
queria ficar só
quieto num canto
em silencio
recuperar sua paz
desfazer aquele nó
nó de marinheiro
que tinha lhe custado tanto
quem sabe apareça alguem
hoje
amanhã
alguem que venha do nada
que esbarre numa esquina
num banco
num bar
quando os olhares se cruzam
se descobrem
isso acontece todo dia
toda hora
em todo lugar
mas só queria que fosse com calma
um Email
um telefonema
um choppinho
um cinema
com certeza
não ia querer mais a alma
já sabia que não vale a pena