no' de marinheiro

derramou todo café no sofá

o telefonema tinha sido perturbador

triste

inesperado

um daqueles solavancos do amor

mas sabia que ia passar

o tempo cura

maltrata mas cura

não queria ve-la mais

nem saber noticias

nem o paradeiro

queria ficar só

quieto num canto

em silencio

recuperar sua paz

desfazer aquele nó

nó de marinheiro

que tinha lhe custado tanto

quem sabe apareça alguem

hoje

amanhã

alguem que venha do nada

que esbarre numa esquina

num banco

num bar

quando os olhares se cruzam

se descobrem

isso acontece todo dia

toda hora

em todo lugar

mas só queria que fosse com calma

um Email

um telefonema

um choppinho

um cinema

com certeza

não ia querer mais a alma

já sabia que não vale a pena

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 01/11/2008
Código do texto: T1260500