NO VARAL DO TEMPO
Povoei minha mente hoje
Com coisas que só eu sei dizer.
Está em mim e mesmo assim é interpretação,
Mas são coisas que por emoção
Talvez somente o tempo possa resolver.
Dá de uma saudade doida e doída no meu peito
Que me ponho a relembrar fatos e contratempos.
São sonhos de tamanhos diversos e suspensos,
Que no ar ficam como passarinhos bêbados.
E essa vontade de abraçar o mundo
E carregar todo o seu tempo
Faz a minha alma iluminar o fundo
Do meu peito como uma parede cheia de azulejos.
De lá vem do que já fui,
De lá vem do que serei,
Depende muito do como estou lá.
Parece que nós temos saudades,
Mas são as saudades que nos têm.
A saudade é um varal que cruza o tempo
Onde os prendedores marcam aquilo que levamos por inteiro.
Às vezes existem prendedores que estão lá sem prender nada
Como se quiséssemos que algo fosse, mas nunca foi.
O tempo é que segura esse varal
Que não termina no final do corredor.
A vontade são as mãos que seguram os feitos.
De modo que ter saudade é ser um SER perfeito.