MARTELO

Nós formamos um triângulo,

Se é amoroso, não sei.

Estamos sempre nos opondo,

A critério de vocês.

Em caso de união,

Minha cabeça é usada.

Mas se a causa é oposta,

Uso minha unha afiada.

Por essa contradição,

Dizem que somos dois.

Mas tem a terceira parte

Que foi encaixada depois.

Assim formamos três corpos,

Cabo, cabeça e unhas.

Minha cabeça diz, põe.

Minhas unhas dizem, tira.

O cabo resolve a briga.

O cabo é desenhado

Por verdadeiro artesão,

É liso, envernizado...

Pra não machucar a mão.

É esta madeira alisada

Que nos traz constrangimento,

Pois é sua parentada

Quem mais sofre espancamento.

Sou uma ferramenta na obra

Muito fácil de encontrar.

Mas posso ser outra coisa,

Basta apenas imaginar.

Posso estar no piano

Na hora de afinar.

Ou, então, no oceano

Nadando em alto mar.

Ferramenta ou tubarão,

Não importa a condição,

Me sinto sempre feliz

Pois ao final do pregão

Estou na mão de um juiz

Como vara de marmelo

Estando certo ou errado

É ele quem bate o MARTELO

Poeta dos Mares
Enviado por Poeta dos Mares em 31/10/2008
Reeditado em 26/05/2012
Código do texto: T1258433
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