CIDADE LAVADA - O CANTO DO POETA

Eu ando pelas ruas da cidade lavada, com pés descalços.

É setembro, e São Miguel manda suas águas lentas

Ando como um sonâmbulo em meio a buzinas e luzes de neom

São tantos rostos que não conheço, mas me identifico.

Vejo-me em cada face taciturna e triste

Eu ando, e meus pés doem, minha alma doe.

A cidade me afaga com seus ventos frios

Ela me acompanha já há tanto tempo

Em seus gélidos meses juninos

Em suas tórridas noites veranistas

Na ânsia de um desejo perdido

Na agonia de um sonho partido

Foram e serão tantas ruas, que meu porto,

Coleciona em cada uma delas, uma parte de mim

Uma lagrima na calçada, um riso em um banco de praça

Um fulgido olhar, a caçar sonhos, sob os raios de um sol poente.

Eu ando pelas ruas desta cidade, com a intenção de nunca mais,

Outra vez.

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 31/10/2008
Reeditado em 10/01/2009
Código do texto: T1257471
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